Incêndios agravaram quebra na safra de cana-de-açúcar
Prejuízo estimado de R$ 2,67 bilhões em áreas devastadas nos estados do Centro-Sul
A ORPLANA (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil) divulgou, nesta sexta-feira (27), um relatório alarmante sobre os incêndios que devastaram plantações de cana-de-açúcar em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A área queimada já atinge 414 mil hectares, resultando em um prejuízo estimado de R$ 2,67 bilhões para os produtores.
José Guilherme Nogueira, CEO da ORPLANA, ressaltou que, além de São Paulo, outros estados da região Centro-Sul também enfrentam severos danos, com os incêndios se mostrando imprevisíveis e difíceis de controlar, afetando diversas culturas, especialmente a cana-de-açúcar.
Até o dia 20 de setembro, aproximadamente 263 mil hectares de canaviais em São Paulo foram consumidos pelas chamas. Em Minas Gerais, o impacto foi de 61 mil hectares, correspondendo a cerca de 3 milhões de toneladas de cana em pé e rebrota. Em Goiás, os números ainda estão sendo atualizados, mas até 3 de setembro, 43 mil hectares já haviam sido destruídos, com a maior parte sendo cana em pé. Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também registraram perdas significativas, com 19 mil e 28 mil hectares queimados, respectivamente.
A combinação de seca e incêndios levou a uma redução estimada de 15% na safra de cana-de-açúcar em relação ao ano anterior, o que deve impactar diretamente a oferta global de açúcar e pressionar os preços do etanol, conforme destacado por Nogueira.
A ORPLANA, que representa 35 associações de fornecedores de cana e mais de 12 mil produtores, enfatizou que os dados apresentados referem-se apenas às áreas monitoradas pela organização e não incluem outras vegetações, como Áreas de Preservação Permanente (APP), reservas legais e pastagens.
Durante um encontro da Canaoeste, a ORPLANA discutiu os dados do sistema Orion, da GMG Ambiental, que monitora incêndios e desastres climáticos via satélites. O levantamento indicou que São Paulo enfrentou um recorde histórico de incêndios em agosto de 2024, com 658.638 hectares queimados, sendo 328.248 hectares em um único dia. Esse total abrange todas as áreas afetadas, incluindo APP, reservas legais e pastagens.
Fonte: Agro em campo